sexta-feira, 27 de março de 2020

Novo Coronavirus e o futebol paraense

Estamos em pandemia mundial. Mesmo com algumas pessoas ignorando as informações de especialistas da área, a maioria da população mundial está com suas vidas, de certo ponto, fora do normal. Com a ordem para que as pessoas fiquem em casa e saiam somente para executar atividades de necessidade básica, muitos setores sentem o impacto econômico e uma crise financeira mundial não é descartada. Neste cenário, está também o futebol, o esporte mais popular do mundo e que ao contrário do que pensa o senso comum, o dinheiro está na mãos de pouquíssimos clubes, a maioria já está sentindo o impacto.

Alguns clubes que tem bastante renda estão conseguindo, até certo ponto, lidar com a paralisação das atividades, afirmando que a próxima folha de pagamento não será afetada. O Bayern de Munique (ALE), em reunião com seus atletas, acordou em descontar 20% do salário na próxima folha de pagamento, além dos atletas Goretzka e Kimmich doarem um milhão de euros a um fundo de combate ao vírus. Infelizmente o Bayern e seus atletas são uma exceção. Na sequência do texto, trazemos a situação de clubes aqui no Brasil e em nosso Estado.

Em reportagam publicada ontem (26/03) no site globoesporte.com, os clubes da Série B do campeonato brasileiro darão férias a seus funcionários a partir do próximo dia 1º; esse período de férias, a princípio, é de 20 dias, mas poderá ser estendido durante todo o mês de Abril, garantindo o pagamento integral no mês de março, porém abrindo para um possível corte nos salários de 25% em Abril. A Série B está sem data para começar, assim como todas as divisões do futebol nacional profissional.


E o cenário local? Aqui, o já rebaixado Carajás liberou todo seu elenco, aliás, desde que foi confirmada a queda, o clube começou o processo de diminuição no elenco e seu presidente, o conhecido Luiz Omar Pinheiro, em entrevista a Rádio Clube do Pará, disse "Não acredito que o campeonato volte. Essa pandemia deve durar pelo menos mais dois meses. Aí já acabou o semestre e precisam organizar as competições nacionais". Seguindo o mesmo procedimento do Carajás, Águia de Marabá e Tapajós anunciaram em suas redes sociais a paralisação das atividades, com o Águia, inclusive, pedindo a anulação do campeonato estadual de 2020.

Já a dupla da capital, também está sem atividades em todas suas modalidades. Os atletas seguem fazendo a preparação física em casa e postando em suas redes sociais. Os clubes não se manifestaram sobre o pagamento do mês, porém mesmo que esse pagamento seja feito de forma integral ou não, os cofres dos clubes sentirão o impacto. Em suma, o que se vê na grande mídia, com clubes e atletas doando quantias em dinheiro, não pode se aplicar ao nosso cenário, pois Paysandu e Remo, assim como os interioranos, dependem do dia-a-dia, de suas torcidas e de patrocínios. Esperamos que tudo isso passe e que em breve o futebol, assim como a vida, volte ao normal.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

Põe mais uma na conta!

No Clássico Rei da Amazônia de número 752, o Paysandu, com gols de Nicolas e Uilliam, venceu o Clube do Remo por 2 x 1. A partida foi válida pela quarta rodada do campeonato paraense 2020 e teve mais de 30 mil torcedores nas arquibancadas do Mangueirão. Com a vitoria, o Paysandu acumula sete jogos de invencibilidade contra o Remo e volta a figurar entre os quatro melhores do campeonato. O próximo compromisso bicolor é contra o Paragominas, na Curuzu, e o Remo visita o Freipaulistano, nesta quarta, pela Copa do Brasil.

Paulo Ricardo, enfim, fez sua estreia pelo time profissional do Paysandu Sport Club (Foto: Flickr Paysandu)
Como de costume, o Clássico foi mais na base da superação do que do talento. Logo após o almoço, Belém e região metropolitana ficaram debaixo de forte chuva, que deixou o gramado do Mangueirão pesado, bem típico do campeonato paraense. Com jogadores altos do meio pra frente, como Uilliam, Nicolas e Serginho, o time listrado mostrou um pouco mais de qualidade e abriu o placar justamente em jogada aérea: bola alçada na área, Uilliam jogou pra dentro da pequena área e Nicolas, sempre ele, livre, fez Lobo 1 Leão 0. Com o resultado adverso, o Remo teve que se lançar ao ataque, mesmo com a pouca inspiração de Wesley e Douglas Packer.

Com tanta dificuldade de criação de jogadas das duas equipes, o Remo empatou em lance inesperado, pois Micael rebateu errado e Jackson, com pouco ângulo, bateu firme e sem chances para o estreante Paulo Ricardo. Empate azulino ainda no primeiro tempo, fazendo subir o volume na arquibancada do lado A. Os dois times disputaram o final do primeiro tempo de forma intensa para evitar um possível segundo gol do adversário. Intervalo em 1 x 1 no Mangueirão.

Mangueirão recebeu trinta mil torcedores, ao final da partida, só o lado Bicolor comemorou (Foto: Reprodução Twitter)
Rafael Jaques mexeu no intervalo, colocando o rápido Gustavo Ermel no posto de Wesley que ficou encaixado na marcação rival. Pelo lado do Paysandu, a zaga voltou a ser o destaque negativo com a lentidão de Micael e Wesley Matos, além de Perema ter jogado improvisado na lateral-direita - foi substituído por Netinho. Se os gols do primeiro tempo começaram pelo alto, no segundo tempo não poderia ser diferente. Escanteio pro Paysandu e Nicolas foi puxado pela camisa bem a frente do árbitro, pênalti pro Papão. Mais um estreante em RE-PA, Uilliam, bateu, Vinícius acertou o canto, mas não pegou: Gol bicolor! 2 x 1, placar final. O jogo teve ainda muitos cartões amarelos e o controle do Paysandu até o apito final.

REMO: Vinícius; Rafael Jansen, Mimica, Fredson e Ronaell; Xaves, Charles (Gelson), Robinho e Douglas Packer (Hélio); Wesley (Gustavo Ermel) e Jackson. Técnico: Rafael Jaques.

PAYSANDU: Paulo Ricardo; Perema (Netinho), Micael, Wesley Matos e Bruno Collaço; Serginho (Alex Maranhão), PH e Uchôa; Uilliam (Deivid Souza), Vinícius Leite e Nicolas. Técnico: Hélio dos Anjos.


Jogos do Paysandu sem perder pro Remo:

Paysandu 3 x 0
Paysandu 1 x 1
Paysandu 1 x 0
Paysandu 1 x 1
Paysandu 0 x 0
Paysandu 3 x 1
Paysandu 2 x 1

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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

Raio-X do adversário: Brasiliense

Hoje, no Centro-Oeste, o Paysandu Sport Club inicia mais uma campanha na Copa do Brasil, competição de formato mata-mata, que dá ao Campeão vaga na Libertadores, além de algumas dezenas de milhões de reais. O Lobo inicia a participação contra um adversário que, assim como o Papão, teve tempos de glorias no inicio do atual milênio: o Brasiliense. Como o Paysandu, o Jacaré está longe da principal divisão do cenário nacional desde 2005, mas o confronto de hoje deve ser disputado, pois pouco se sabe do time adversário.

Com Robgol e Gian, Paysandu vence o adversário de hoje, em 2005, no Mangueirão, pela Série A (Foto: Gazeta Press)
Fundado em 2000 e logo ascendendo no cenário do futebol regional e nacional, o Brasiliense Futebol Clube, logo em 2002, chegou à final da Copa do Brasil e só perdeu a taça para o Corinthians (SP) devido uma derrota repleta de erros de arbitragem no primeiro jogo da final, no estádio do Morumbi. Campeão das séries B e C, o Jacaré de Brasília detém um recorde no Centro-Oeste: seis títulos estaduais seguidos, entre 2004 e 2009.

Com nove títulos estaduais, o último deles conquistado em 2017, o Brasiliense viu sua fama diminuir no cenário nacional. Ressaltando que o Gama, maior rival do Brasiliense, também passou várias temporadas na Série B do brasileirão, além de ter perdido a Copa Verde de 2016, para o Paysandu. O momento do Brasiliense é ainda de reestruturação, com o clube na Série D e mandando suas partidas no estádio Boca do Jacaré, palco do jogo de hoje e com capacidade para 27 mil torcedores.

Radamés teve passagem apagada na Curuzu, em 2015, e está no DF desde 2018 (fotos: reprodução)
Com média de idade alta, o Brasiliense tem em seu elenco jogadores como: Rafael Donato, Marcos Aurélio, Zé Eduardo, além do ex-Paysandu Radamés (foto) e os ex-remistas Edno e Neto Baiano. Recentemente, o zagueiro Lúcio, campeão mundial com a seleção brasileira, integrou o elenco do time da capital federal. Nomes famosos também atuaram no Brasiliense, caso dos zagueiros Durval e Leonardo Silva, além do mais famoso deles, Túlio Maravilha, campeão brasileiro com o Botafogo (RJ), em 1995. Hoje será o quinto confronto entre Paysandu x Brasiliense, o primeiro pela Copa do Brasil.


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quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

Parazão do mais do mesmo

Voltamos! Como já vinha sendo anunciado em nossas redes sociais, em 2020, o Jogada Paid'égua voltaria a ter postagens no blog, e aqui estamos com o primeiro texto do ano, trazendo uma triste constatação que podemos fazer assistindo as partidas do Parazão 2020, a falta de atletas com aquela qualidade a mais, que possam ser capazes de desequilibrar para seus times e botar medo nos adversários.

Após praticamente só empatar em 2019, Hélio dos Anjos tem tido dificuldade com a defesa do Papão (Foto: Flickr Paysandu)
Com o futebol cada vez mais defensivo, a figura do centroavante, por exemplo, vem sendo deixada de lado, posição essa que já teve nomes marcantes por aqui, só para lembrar os mais recentes: Vandick, Robgol, Fábio Oliveira, Ageu Sabiá, entre outros, uns com mais, outros com menos brilho ou conquistas. Contrastando com o sumiço de jogadores fixos no ataque, vemos o esquema tático 4-3-3 voltar a ser utilizado com frequência, porém de uma forma disfarçada que acaba prejudicando os três atacantes, em especial os que jogam abertos, atuando na verdade como meias que recompõem a marcação, acompanhando os laterais adversários.

Paysandu e Remo mantiveram boa parte de seus elencos de 2019, mesmo este sendo um ano sem brilho para o futebol paraense, com o Remo levando o estadual e o Paysandu sucubindo na terceirona e Copa Verde nos últimos lances das partidas. Dos Anjos e Jaques têm escalado times até ofensivos na teoria, mas totalmente sem movimentação e ainda por cima deixando as defesas expostas no mano-a-mano praticamente os noventa minutos de jogo. Xaves e Serginho, os "volantões" da dupla RE-PA ainda não mostraram um futebol convincente aos olhos de torcida e imprensa. Será que estão guardando para o Clássico de domingo?

Parte da torcida azulina já começa a criticar o volante Xaves (Foto: Remo 100%)
A mudança, ou melhor, a  volta ao bom futebol que nossos clubes já praticaram, inclusive os interioranos, passa por melhorias estruturais do futebol local. A começar com a FPF, que tem os mesmos nomes no comando há décadas e toma decisões no mínimo confusas a respeito dos certames locais. Os clubes interioranos precisam olhar mais para seus produtos locais, deixando para importar somente o necessário.
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